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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pós 3 de outubro

Por José Carlos Miranda da Silva*

Não podemos duvidar das evoluções, mesmo que singelas, em que nosso país vem sofrendo ao longo dos tempos. No entanto, concordamos que nossa situação poderia ser bem melhor se não fosse a incapacidade de nosso povo de escolher e fiscalizar nossos representantes, entender o jeito de como nossa sociedade esta acostumada a fazer política e principalmente a praticar cidadania e democracia.

Faz parte do consenso da população repudiar política sem amenos saber como de fato ela acontece e como poderia acontecer se fossem colocados na pratica ideais que ouvimos demasiadamente no vocabulário dos políticos como qualidades do país, mas pouco conhecemos.

Embora o voto de cabresto e os curais eleitorais não tenham se perpetuado totalmente, a população ainda tem um dominador quase invisível chamado mídia. O poder da informação e como esse é passado é ainda mais perceptível em casos onde todos tem o direito mas poucos se preocupam nas conseqüências de suas decisões. Basta um pouco de senso crítico e é percebível que as informações são levemente manipulados afim de sustentar uma idéia. Exemplo do uso disso na política atual é o hábito de engrandecer consideravelmente uma melhoria, apresentar toda mudança por menor que seja através de números (esses podendo ser facilmente mudados à depender da interpretação) e trabalhar com grande marketing todas as conquistas de um governo de longos e prósperos 8 anos.

No entanto, discutindo certa vez sobre as ações da mídia nessa eleição de 2010, concluímos que a própria mídia estava um tanto quanto dividida. Os meios de comunicação televisionadas eram de apoio ao Lulismo e a impresa escrita era contra, ambas não em sua totalidade, é claro. Essa situação por si só nos apresenta uma melhoria na democracia, mas apenas uma.

Observa-se então um grande interesse comercial por parte desses meios onde a imprensa escrita, por vender sua informação as classes A B e C (que foram menos privilegiadas em comparação com outros governos), informa o ônus desse período em que, temporariamente, os interesses básicos das classes D e E foram mais sanadas ( ou foi o que aparentou-se); e os meios televisionados vendem o carisma de um presidente operário de origem pobre que até sua história virou filme. Nesse casso é o interesse do Capitalismo acima do Político.

O fato que se confirmou é ao menos inusitado em nossa história política. Dependendo do ângulo em que se vê, a população até que mostrou aprendizado nessa eleição. O fato do presidente com maior aceitação no mundo (cerca de 80%) não ter conseguido vencer um candidato opositor em 8 anos (que sinceramente, não soube usar das armas que tinha para fazer seu trabalho de oposição) no 1º turno e ainda no segundo turno conseguiria eleger sua conditata com apenas 55% das intenções de voto deixando esse mesmo candidato opositor com a marca de maior quantidade de votos recebido de seu partido nos últimos 8 anos e portando forte o suficientemente para incomoda-los. Depois foi sem duvida uma sutil perda para o presidente e uma grande prova de estarmos avançando como democracia.

Não podemos esquecer da terceira candidata que teve mais votos que seu pequeno partido e acabou trazendo muitos jovens para a participação política em nosso país.

Diante disso tudo, não seriamos normais se não estivéssemos ansiosos para os acontecimentos que poderão ocorrer numa nação, que embora apresente sinais de melhoria e esteja no BRIC**, possua muitos problemas de 3º mundo e seu principal é que sua população não acompanha suas mudanças, suas melhorias, as oportunidades que se apresentam e principalmente não conhece o seu verdadeiro potencial.

* José Carlos é um estudioso dos temas relacionados à economia e integra o grupo de menores aprendizes da Unimed Sergipe. Neste artigo, o autor revela sua opinião acerca da política, comunicação de massa e sociedade.
**Em economia BRIC é uma sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia e China, que se destacaram no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas economias em desenvolvimento.

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