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quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Muita calma nessa hora!

Alguns especialistas dizem que ainda estamos vendo a fumaça e não o fogo do incêndio ocorrido no mercado hipotecário norte americano (subprime), que demandou um aporte, até o final de agosto (mês em que ocorreu a crise), de 420 bilhões, encabeçado pelo Federal Reserve, Banco Central Europeu e o Banco do Japão, para que a crise fosse estancada.

Nesta quarta feira (21) o risco-Brasil subiu 11 pontos acompanhando a alta no fechamento dos principais títulos da dívida externa brasileira, bem como o foco dos investidores externos que se ancorou em reflexos da crise do subprime.

Ainda no pregão de hoje, a penetração do Ibovespa na importante base de 61.800, com a quebra do triângulo simétrico (clique na figura), pode levar a uma formação baixista com o índice em patamares de 57 e 56 mil pontos.

Somados ao medo de que a economia americana irá desacelerar no próximo ano, surge agora a possibilidade de que a bolha nos mercados acionários da China seja uma realidade. Esse fator fez com que os investidores retirassem dos fundos asiáticos cerca de US$ 2,5 bilhões na última terça-feira.

Acredito que até a divulgação dos resultados do último trimestre da economia americana o mercado continuará mais cauteloso, e algum tempo irá passar para que volte a assumir grandes riscos, pois o sistema precisa se regenerar do impacto e criar uma barreira sólida para ocorrências inesperadas.

Tem notícia boa nessa matéria?

Claro que sim!
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Este ano deve ser comemorado pelos investidores, pois mesmo com as crises ocorridas, o Brasil atravessa um dos melhores momentos em desenvolvimento, apresentando um declínio da divida externa liquida, a continuidade da diminuição da taxa Selic, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), aumento na exportação e o controle da inflação.

O crescimento da exportação aponta para os blocos do comércio com um maior aquecimento das vendas para China(29%), Oriente Médio (29%) e União Européia (27%). A Argentina apontou um crescimento de vendas em 19%, porém para os Estados Unidos a variação ficou em apenas 2%.

A meta de expansão da economia nacional é de 4,5% este ano e nos anos de 2008 e 2010 visa atingir a marca de 5%. Esse diagnóstico pode ser enxergado com certa clareza quando percebemos a resistência do mercado às crises globais em virtude do aumento do superávit comercial e das sólidas reservas internacionais que perfazem um valor jamais visto ao longo da história econômica em nosso país, de aproximadamente 166 bilhões de reais.

Temos diversos exemplos de papéis que durante o ano de 2007* apresentaram bons lucros aos seus investidores, vejamos alguns: Siderúrgica Nacional (CSNA3) 117%, Vale do Rio Doce (VALE5)102%, Usiminas (USIM5)76%, Lojas Americanas (LAME4) 67%, Gerdau (GGBR4) 58%, Perdigão (PRGA3) 59%, entre outras.

Para quem está investindo em curto prazo o momento não é interessante para compras, mas aos que podem deixar o capital aplicado por um tempo maior não deve ficar tão preocupados. Na verdade, os investidores de longo prazo buscam a compra dos papéis em seus suportes principais se beneficiando dos momentos de declínio do mercado.

A situação da economia brasileira diante das crises apresentadas ao longo do ano demonstrou um maior preparo para turbulências provocadas pelo mercado externo, por outro lado, os excessos de confiança fizeram com que alguns investidores relaxassem na defesa e pagassem um determinado preço.

Indicadores macroeconômicos extraídos do boletim do Ipea de set/2007
*Cotações até o final de outubro/2007.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mais um excelente texto do amigo Florêncio.

A exposição dos fatos está totalmente clara e demonstra que as tempestades ocorridas no hemisfério norte trarão sim certa turbulência para nós, diminuindo o ritmo no corte dos juros.

Entretanto passado o mal tempo veremos que, para àqueles que tiverem paciência, os prejuízos deste período serão rapidamente superados por lucros, uma vez que ainda há muita liquidez existente no mundo.