Total de visitas ao panorama

Pesquisar no Panorama

domingo, 2 de setembro de 2007

Dívidas: Quando o modelo precisa ser remodelado?

A elaboração de um planejamento financeiro exige que se tenha um bom controle emocional e que alguns hábitos de consumo do presente sejam adiados. Esse foco proporciona um maior consumo no futuro. Mas, porque as pessoas não têm paciência para esperar?

Uma definição exata para esta questão não é fácil, pois as necessidades de consumo são diversas e personalíssimas. Porém, quando analisamos o mercado percebemos dados que apontam que determinados setores de consumo estão superaquecidos.

O boletim do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA indica que a redução na taxa de juros para a concessão dos créditos pessoais pode estar impulsionando as vendas de móveis e eletrodomésticos, que juntos sustentam o patamar de 20% nos primeiros meses do ano. O setor de automóveis também teve uma grande expansão, com uma maior diluição de parcelas e a facilidade de pagamento, as pessoas acabam tomando decisões precipitadas, adquirindo para o seu planejamento uma fonte geradora de despesa, falarei de automóveis mais à frente.

Inicialmente, é preciso descobrir qual o seu modelo e depois se é preciso remodelar e como remodelar. Nada fácil não é? Pois é! No caminho da assertividade financeira, primeiro é preciso poupar, depois saber investir corretamente utilizando a maravilhosa ferramenta do juros sobre juros. A terceira etapa é usufruir os resultados desse trajeto, mas tempo e paciência são os pontos principais.

Poupador, gastador ou descontrolado? Qual o seu modelo?

O primeiro sabe que é importante guardar e possui um perfil voltado para a importância em gastar menos do que se ganha, produzindo algum tipo de investimento; o segundo é aquele que vive totalmente o presente com a desculpa de que o amanhã não irá existir, geralmente tem muito sucesso entre as pessoas, mas demonstra uma inverdade com relação à sua vida, que em linhas gerais é dependente da estabilidade no emprego e aponta para uma insegurança no planejamento voltado para o futuro, não suporta controles orçamentários e contas. O último é mais delicado ainda, pois, não sabe ou faz de conta que não sabe quanto entra e não está tão preocupado com o que sai, são os preferidos dos gerentes de banco, porque estão sempre no cheque especial, principalmente os que têm o salário vinculado, além do mais, os cartões de crédito parecem mais um “baralho” de todos os “naipes”. Esses pagam sempre um preço maior, pois estão totalmente desorientados com relação às finanças.

Os erros financeiros são sempre vividos nos meses e anos seguintes, pois o débito de hoje é fruto de uma falha no passado, considerando que não tinha dinheiro naquela oportunidade para satisfazer o desejo de consumir, e então executou a compra sem pensar no amanhã, que já é hoje. O problema se agrava ainda mais quando hoje é realizada uma nova compra, e, sem ter dinheiro, prorroga-se a dívida que se soma a anterior e como o dito popular, surge a “bola de neve”, ou melhor, a “bola de dívida”.

Apesar de não recomendado, acredito que o parcelamento possa existir desde que seja planejado e cumprido rigorosamente, se possível antecipado com a diminuição do valor das parcelas e consequentemente do débito final. É preciso muita disciplina no parcelamento, para não gerar dívida sobre dívida, com conseqüências piores quando se adota o pagamento mínimo do cartão, por exemplo. Esta é uma grande armadilha das concessões de crédito, tão nociva quanto o cheque especial, que se camufla em um empréstimo disfarçado e com taxas absurdas.

Se você já se encontra endividado aí a mudança do seu modelo é vital para o controle da situação. Nesta fase, muitos permanecem imersos em dívidas, pois devem mudar o padrão de vida, cortando gastos pessoais, não aceitando mudar um estilo de vida que na verdade não conseguem manter.

Quando apenas o corte de gastos pessoais não consegue conter, vem o momento mais doloroso que é abdicar de parte do seu patrimônio, como por exemplo, trocar o carro por um de menor valor – se puder abdicar do veículo pode ser uma boa alternativa para pagar as dívidas e começar um investimento - ou até mesmo a residência, passando para uma moradia mais simples.

Seja sincero com seus credores, explique a situação, não fuja de algo que amanhã será um problema ainda maior, proponha alternativa e mesmo que tenha o dinheiro evite pagar o débito todo com o valor apresentado, sem ao menos solicitar uma nova proposta de pagamento, muitas vezes o valor do débito é reduzido, pois para empresa é interessante resgatar o valor da compra e manter o relacionamento e a boa imagem no mercado.
[
Até as pessoas que adotam o planejamento, podem enfrentar uma situação delicada financeiramente, portanto existem saídas, não se desespere engessando o pensamento que deverá estar voltado para solução do problema, mas é preciso que o seu modelo seja revisto.

3 comentários:

Carlos Eduardo Silva disse...

Florêncio, esse texto ficou muito bom, vou seguir ele como se fosse livro de cabeçeira, abraços e sucesso!

Anônimo disse...

Muito bom Mor... Eu sou a prova viva de que um planejamento financeiro faz toda a diferença. Bem, sei que o meu perfil ainda é o gastador, mas aos poucos estou seguindo os seus passos e daqui há alguns dias serei uma expert do mundo financeiro. Parabéns! Como disse Cadu é um texto para ser seguido como um manual. Bjs...Te amo!!! Beta

Anônimo disse...

Agora, com sua sobrinha, eu quase não vou às compras. Ainda bem! Assim posso perceber que consigo viver com bem menos do que antes. Vou tentar mudar o meu modelo e seguir seus conselhos de mestre .