O caminho da assertividade financeira

Muitas pessoas vivem diversos conflitos quando o assunto está relacionado a dinheiro e grande parte acredita que a situação será plenamente resolvida se ficarem ricas da noite para o dia, caso contrário seria impossível firmarem algum tipo de investimento no momento atual.

A grande questão é sabermos como aproveitar esse momento, independente da quantidade de capital disponível para o investimento. Como pensar e agir de forma assertiva quando o assunto é dinheiro?

Não existe formula mágica que leve a pessoa a conseguir no futuro uma maior tranqüilidade financeira, mas um composto de práticas que devem ser imediatamente adotadas, buscando trabalhar principalmente as questões emocionais.

A recomendação inicial é definir qual o horizonte em que se espera atingir a independência financeira, mas se não tem paciência para fazer um trabalho por no mínimo dez anos é melhor não utilizar nem dez minutos do seu dia. Outro dia, conversando com colegas de trabalho, percebi que a impaciência é um dos maiores obstáculos ao início de um investimento, bem como a velha desculpa de que o dinheiro não dá para nada.

As pessoas não encontram uma forma de colocarem o dinheiro para trabalhar para elas e o pior é que neste trajeto não querem correr nenhum risco. Pela curta experiência adquirida, a segunda recomendação é de que se não estiver preparado para perder, o melhor mesmo é continuar com investimentos de baixíssimo risco, a exemplo de poupança, renda fixa e outros do gênero, mas também não irá aumentar seus rendimentos de forma consistente.

Um exemplo prático e real entre os níveis de risco pode ser apresentado se compararmos uma pessoa que aplicou em fundo de ações da Vale do Rio Doce e teve em media, apenas neste ano, um rendimento de 43% e nos últimos doze meses 84%, enquanto outra que colocou o mesmo capital em um fundo de renda fixa teve em média um retorno de 6% e 11,5% no mesmo período, respectivamente.

Alguns bancos disponibilizam a aplicação em fundos com depósitos de apenas R$ 200,00, sendo este um investimento administrado pelos gestores de fundos de investimento do próprio banco. Porém, antes é necessário perceber se o perfil do investidor é conservador, moderado ou agressivo. Neste tipo de investimento, o tempo e o medo são os maiores obstáculos, mas a depender da modalidade escolhida os lucros podem ser substancialmente maiores.

Uma terceira recomendação para que as pessoas trilhem o caminho da Assertividade Financeira é sem dúvidas a mais difícil de todas, talvez aquela onde o emocional deva receber uma dose maior de disciplina, trata-se do controle dos gastos.

O boletim de conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada- Ipea aponta que os móveis e aparelhos eletrônicos já avançam 20,5% ao ano, sendo superados ainda pelos artigos de uso pessoal que cresceram 26,6%, quando comparados aos dados do ano passado. Se levarmos em conta o crescimento do setor varejista, que aponta para uma média de 9,5%, esses dois segmentos estão com o crescimento acima do dobro da média de mercado.

Uma boa parcela da população compra produtos por estarem em liquidação ou porque não resistem a uma boa propaganda, essas compras geralmente atrapalham o controle das finanças pessoais.

Existem também aqueles que não se preocupam com o dinheiro e gastam de forma despreocupada, estouram o limite do cheque especial, não têm idéia de quanto devem e a situação se torna ainda pior entre casais, quando uma das partes acredita que o controle orçamentário não é responsabilidade conjunta.

O resultado por deixar as oportunidades passarem somente será percebido na fase madura, depois de mais de 20 ou 30 anos de trabalho, ao olhar um pequeno patrimônio que poderia ter sido maior se colocassem o dinheiro para trabalhar a seu favor, lucrando através de aluguéis, juros, dividendos e investimentos diversificados.

Buscar o caminho da Assertividade Financeira hoje, exige no mínimo que essas três recomendações sejam seguidas, definição do tempo, aceitação de riscos e controle orçamentário. As novas práticas certamente farão com que tenha um futuro mais tranqüilo, podendo trabalhar com maior prazer, curtir os filhos, netos e ainda contribuir para o desenvolvimento de outras pessoas. Mas é preciso controlar os sentimentos e permanecer firme nos momentos em que a idéia de desistência se fizer presente.

Gostaria que respondessem a enquete para que o próximo texto possa nortear de forma mais concreta o perfil de leitores que acessam este espaço.

Um forte abraço,

Florencio Santana